Faltando menos de 15 dias para voltar ao trabalho, tento me acostumar à idéia de ficar longe do Samuel. Afinal, nesses quase 6 meses eu só me afastei dele por algumas horas (não mais do que duas).
O peito é um dos principais motivos, já que nesse tempo todo Samuel foi alimentado exclusivamente com leite materno. Agora, por causa do retorno ao trabalho, iniciei as papinhas de frutas e legumes, como já disse aqui antes.
No primeiro dia de fruta foi um escândalo, pois ele me via e chorava. Queria o peito!!! No segundo e terceiro dia melhoramos... E nesta semana consegui ficar mais de 8 horas sem dar o peito (para que ele se acostume não só à minha ausência bem como à do leite materno). Nesse período, de quase 8 horas, foi alimentado com fruta e sopinha de legumes (assunto para outro post!!!)!
Sim, estamos progredindo. É bem certo que o progresso de Samuel é muito maior do que o meu. Ainda não consegui me desligar, ficar longe, me afastar completamente!!! Se saio de casa, por qualquer que seja o motivo, procuro não demorar. E se me afasto por mais de 1 hora já me ponho a ligar para casa. Quero ter notícias. Quero saber se está chorando. Se está comendo. Se está sentindo a minha falta. Se a babá está sendo cuidadosa...Um turbilhão de pensamentos me vem à cabeça.
Como será na volta ao trabalho, quando ficarei fora por pelo menos 7 horas seguidas??? Difícil imaginar!!!
Nesta semana falei para a babá que iria sair. E iria mesmo! Mas ainda no corredor tive uma idéia: ficar na porta ouvindo a movimentação em casa. Como a babá se comportaria??? Fiquei por mais de 20 minutos ouvindo tudo o que ela fazia. Tive medo. Mas graças a Deus nenhuma decepção. Quando o silêncio se fez presente pensei: - "É hora de entrar em casa"!
Entrei. No quarto, a babá com Samuel nos braços. O que ela fazia era tentar niná-lo.
- "Ufa, tudo bem" - pensei!
E então saí. Mas saí de verdade. Fui caminhar, voltar à rotina de exercícios. Apenas 20 minutos. Pouco tempo de esforço. Mas muito tempo longe de casa. Voltei. E no elevador o telefone tocou. No visor a identificação: Casa Cel. Atendi rapidamente. Era a babá.
- "Você ligou?" - perguntou ela.
- "Não, mas tô no elevador. Chegando em casa." - respondi.
Ao entrar em casa vi Samuel dormindo. Mas fiz um questionário à babá.
- "Me conta tudo, não esconde nada" - disse eu.
-" O que ele fez? Dormiu a que horas? Com bico ou sem bico??? Chorou???" - emendei...
Tem sido assim. Difícil. Muito mais para mim!
Nesta tarde fui ao shopping. Coisa rápida, só para comprar algumas coisitas. Mas de tempos em tempos eu olhava o celular. Não resisti e liguei. Mas sim, estava tudo bem.
Mal cheguei e dei outra saída. Desta vez com o marido para caminhar na orla. E Samuel, que estava cochilando, ficou com a babá. Com a devida orientação:
- "Qualquer coisa me ligue!!!"
O marido falou:
- "Estou marcando no relógio. Meia hora para ir e mais meia para voltar".
- "Isso tudo??? É muito" - disse eu
- "Não. Meia hora para ir e meia para voltar", repetiu ele.
Fomos. Eu, tensa. E pedindo ao marido para diminuir o período longe de casa. Mas ele, disciplinado que é, disse não. E eu, ansiosa que estava, de minuto em minuto perguntava:
- Quanto tempo já tem? Isso tudo??? Não dá para diminuir???
No meio do caminho de volta o telefone toca.
No visor a identificação: Casa cel.
- Ai meu Deus! É de casa - disse eu
- Atenda - disse o marido.
Tensa eu atendi.
- Oi (voz aflita)...
- Ele comeu os dois potinhos de papinha e acho que quer mais!!! - disse a babá.
- Os dois??? (felicidade enrustida!!!) Mas não tem mais. Então tenta dar o leite (tensão enrustida)!!! - respondi
Desliguei! Numa mistura de felicidade e tensão contei ao marido o ocorrido. E não hesitei em pedir:
- "Vamos voltar correndo???"
- "Não, está louca? Vamos caminhando!" - respondeu ele
Voltamos andando. Eu, tensa. Ele, calmo. Disse a ele:
- "Você nunca vai entender isso. Mãe é mãe. A ligação é muito mais forte!"
Tentei apressar o passo. Chegamos depois de uns 20 minutos. Do play ouvi o choro dele. Subi rápido. Quando cheguei, o choro tinha acabado. Ele estava chorando por causa da troca de fraldas! Voltou a chorar quando me viu!! Queria que eu o pegasse no colo!!!
E assim tem sido a minha adaptação! Entre medos e tensões. Mas aos poucos vou me preparando. Me preparando psicologicamente. E ao mesmo tempo pensando:
- Bem que poderia durar mais essa licença maternidade!
Lugares que não conheço, pessoas que nunca vi, comidas que nunca provei.... sensações que nunca senti.... Cada dia é um novo aprendizado com uma nova peça encaixada na história de nossas vidas.... O caminho é este: a vida trilhada de um jeito que me faz feliz! Por Camila Marinho
O bom da vida é sair por aí...Descobrir o mundo, descobrir as pessoas e as coisas...Sentir, olhar, experimentar... viver o que é bom e saber diferenciar...ampliar os horizontes sem ter medo de ousar!!!!
Por Camila Marinho
Por Camila Marinho
10 comentários:
Poderia durar mais sim, acho que 1 ano estaria de bom tamanho.
Ah! Os bebês se adaptam muito mais rápido, com certeza, nós sofremos mais.
Mas pelo visto tá saindo tudo bem com a babá... Fico feliz!
Te entendo, mãe é mãe, só nós sabemos o que sentimos.
Bjs***
Menina, é assim mesmo. A gente se desespera e eles (os pais) vivem em paz. E eles (os filhos) se adaptam e também vivem em paz. Só nós é que quase piramos, entramos em pânico e no fim (mas só no fim) vemos que está tudo bem.
Mas você não está sozinha...
Beijoooo
Ufa...fiquei tensa de imaginar!!Sou desse jeito, nunca passei mais que umas 4 horas longe da Clara, tudo eu que sempre fiz pra ela e acho que teria um treco se tivesse que deixá-la com alguém!! Mas como não vou voltar ao trabalho tão cedo, vou aproveitar pra curti-la um pouco mais. É dificil mesmo, dá uma insegurança, um medo, pavor mesmo. Nos dias que a deixei em casa para ir ao médico, nos primeiros meses, mesmo que estivesse com os avós, fui suando, ligando sempre e quando soube que ela tava chorando com fome, cancelei a consulta e voltei correndo...afiii...Dava 2 minutos de casa...rsrsrsrsrs
Mãe é mãe, não tem amor maior!!!
Beijinhossss
Ah Camila, como te entendo!!! E sim, essa licença poderia durar mais, mas não sei se resolveria nosso caso.
Hoje foi minha primeira reunião de trabalho, fiquei a manhã fora, e como sofri! Deixei a Bia com a avó (imagina)mas só queria que a reunião terminasse logo para eu voltar correndo. Quando cheguei à casa da avó, Bia estava no portão e ela se jogou para o meu colo! Que emoção senti!
A adaptação é nossa Camila, já cheguei a conclusão que eles se adaptam fácil! Sentem sim nossa falta, mas parece que para nós é mais né?
Força para nós amiga!
Beijos
Pri
oiiieee....
fiquei nervosa junto com vc só de imaginar a cena...
mais com o tempo vc c acostuma, pra eles deve ser + fácil pdoe tr certeza!!!
beijocas
Sei exatamente o que vc está sentindo, quando pensei que teria de voltar ao trabalho no fim da maternidade, fiquei muito angustiada. Felizmente consegui um acordo e vou trabalhar com meus pais perto dele. MAs não por muito tempo. Quano ele fizer um aninho já penso em voltar para o mercado, e só de pensar já da um aperto. E isso de sair por instantes e não sossegar e ligar toda hora acontecew comigo também. Esse é o coração de mãe..
Tem um mimo pa vc lá no blog. Bjos!
Ei camila...é assim mesmo, eu tb qdo fico longe do Henrique por duas hras, fico louca pra chegar e dar um abraço e um beijo gostoso e olha que ele ja esta com dois anos... mas essa adaptaçao das papinhas tb é copmlicado, mas tudo passa, no começo é super dificil , mas aos poucos td se resolve! Unica coisa que nao consigo ainda é deixar ele sozinho com baba...prefiro trabalhar menos...Mas sua profissao é diferente e exige mais de vc, tenha fé em Deus que vc tem em casa uma boa pessoa trabalhando! Preste bem atençao se o Samuel fica tranquilo com ela , se ha mudança de humor dele, criança mesmo qdo nao fala demonstra mta coisa!
um beijao querida em vcs tres!
Olá querida mamã, é mesmo, os primeiros dias são os que mais custam, depois com o tempo tudo normaliza, vais ver!
Mil beijinhos,Sofia,Pedro e Joana
Só posso te dizer que você vai se acostumar.
Como sou mãe de segunda viagem, dessa vez foi BEM mais fácil!
E tenha certeza: nós "sofremos" muito mais que eles.
Beijos
P.S. Um dia desses poderíamos nos conhecer pessoalmente, né?
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