Buenos Aires - a viagem

Em janeiro de 2010 eu e marido passamos cinco dias entre a Argentina e o Uruguai numa viagem meio “lua-de-mel”, comemorando cinco anos de casamento. Foi a primeira vez que não levamos Samuel. Na época ele tinha 1 ano e 5 meses, e ficou com a minha mãe, que cuidou perfeitamente dele! Só podia ser ela para acalentar meu coração sofrido de mãe.

A viagem tinha sido programada poucos meses antes, quando eu incentivei o marido a fazer a viagem. Incentivar, “botar fogo”, e programar viagem é comigo mesma, afinal essa é a minha paixão! Passei dias pesquisando preços e disponibilidade de vaga em hotéis e vôos para Buenos Aires.

Apesar de viver pesquisando pela Decolar.com, foi a primeira vez que, de fato, reservei um hotel pelo site. Fiquei um pouco receosa, mas deu tudo certo! O preço que consegui foi melhor do que o encontrado no site do próprio hotel (daí o meu receio).

Localização exata do hotel... tá vendo a plaquinha ao fundo?

Escolhemos o Libert, super bem localizado na Av. Corrientes, esquina com a badalada Rua Florida. Hotel simples, mas confortável e sem cheiro de mofo, coisa comum em Buenos Aires (minha rinite agradece)! Adoro coisas boas e baratas! Desembolsamos apenas 220 dólares para 5 (CINCO) dias de hospedagem!

Para voar, escolhi a Gol, partindo de BH, que tinha o melhor preço: R$807,00 ida e volta por pessoa (já com as taxas). E assim fomos! Cheios de dicas e recomendações dos amigos. Sem contar as pesquisas feitas em guias e pela internet. De cada um, a gente pincelou uma coisinha. Mas o roteiro foi traçado de acordo com o nosso gosto, bolso e pique! E como o nosso pique é total em viagens, nós não paramos!

Chegamos em Buenos Aires quase 10 da noite, sem um peso no bolso. Tínhamos apenas reais. Trocamos uma pequena quantidade ainda no aeroporto, apenas para o transporte até o hotel e um lanche. Mas um detalhe é importante: não trocamos na casa de câmbio que fica logo na saída do DESEMBARQUE. Trocamos em outra, perto do salão de EMBARQUE, que tinha um preço muito mais em conta.

O aeroporto de Buenos Aires é bem afastado do centro da cidade. E apesar da gente sempre andar muito de ônibus nas viagens, optamos por táxi, que em B.A é bem barato. Combinamos a corrida por 90 pesos com um taxista (o equivalente a 45 REAIS). De ônibus seriam 45 pesos por pessoa, ou seja, daria no mesmo. Ponto pra gente! Ir de táxi saiu no lucro então! Vale ressaltar que na volta fomos de ônibus comum. Pagamos cerca de dois pesos, cada um, a partir do centro de Buenos Aires. Valeu como experiência, mas não sei se faria de novo. A viagem dura cerca de duas horas e o ônibus passa por lugares extremamente estranhos (a volta também foi à noite). Fiquei morrendo de medo de um assalto no meio do caminho. Sem contar que mesmo à meia-noite o bus estava lotado! Por sorte conseguimos assento.

Ponte da Mulher

Voltando à nossa viagem, apesar de ter chegado por volta das 11 da noite no Hotel, foi só o tempo de deixar as malas e correr para Puerto Madero, o porto revitalizado e super charmoso de B.A. Cheio de bons restaurantes, tem uma linda vista e a belíssima Ponte da Mulher, do arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Cartão postal da cidade, é símbolo de beleza e modernidade. E o passeio à noite é mais interessante por causa da iluminação e também pela oportunidade de um jantar gostoso! Só é preciso tomar cuidado com os preços, porque os restaurantes de lá não cobram tão barato quanto a gente pensa.

É que comer em Buenos Aires é bem em conta. Na época, gastávamos em média 30 pesos para duas pessoas. Em reais, o equivalente a 15 pila por uma refeição completa para 2! Onde é que no Brasil que a gente gasta isso com entrada, prato principal, sobremesa e uma taça de vinho? Nem em casa, né??? Pois é, mas saiba que lá a maioria dos restaurantes trabalha assim, oferecendo desde entrada até sobremesa e cobrando bem pouco. Claro que assim nós esbaldamos, né? Cada dia era uma aventura e um bife de chorizo! Delícia total aquele bife bem grosso e suculento! Não entendo muito de cortes, mas senão estou enganada, o bife de chorizo é feito de uma parte do boi entre o contra-filé e a picanha.

Obelisco

No primeiro dia optamos por conhecer lugares mais próximos da região onde estávamos, como a Casa Rosada – sede do Poder Executivo - ; a Avenida 9 de Julio, onde está o Obelisco – palco de comemorações políticas e esportivas - e o famoso Teatro Colón (só passamos em frente, já que estava em reforma) ; e a Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, famosa por abrigar mães cujos filhos desapareceram após a ditadura militar.

Na região central de B.A há muitos cafés. Um dos mais famosos é o Café Tortoni, do século 19. Vale dar uma passadinha pelo local de dia, para um café, e à noite, para um belo show de tango. Isso se você é alucinado pela dança argentina. É que há tango por toda Buenos Aires. Seja no meio da rua ou em bares, restaurantes e casas específicas.

Tango em San Telmo

Conhecemos também a atrativa Rua Florida. É o principal centro de compras de Buenos Aires. Tem lojas de um lado e de outro, e alguns camelôs pelo meio. Por ela não passa carro, apenas gente enlouquecida por compras. São muitas lojas populares (mas boas) de roupas, sapatos e artigos de couro. E é na Florida que está a famosa Galeria Pacífico, um shopping que reúne lojas lindas e algumas bem caras! Vale a visita porque a Galeria é bem bonita por dentro, com uma arquitetura luxuosa. Voltando à Rua Florida, dedique pelo menos metade do dia para passar por ela. Você não vai resistir a entrar em algumas das centenas de lojas e comprar algo. Sim, porque com o peso valendo metade do real, não há como resistir! Mesmo que você não queira. O único erro que você não pode cometer é trocar peso nas casas de câmbio da Rua Florida. É quase como um assalto, de tão caro!

No outro dia fomos conhecer o famoso bairro de La Boca, onde ainda hoje há antigas casas de zinco e madeira, pintadas com coloridas tintas de barco. Uma das ruas mais pitorescas é El Caminito. Quase um museu à céu aberto, tem inúmeros dançarinos de tango, artesanato e cor, muita cor. Lindíssimo, lembra muito o Pelourinho, com suas casinhas coloridas e pequeninas. Só tome cuidado com o assédio dos garçons dos restaurantes. Eles chegam a incomodar!

El Caminito

Dizem que se afastar do El Caminito pode não ser seguro, por causa do risco de assaltos. Mas confesso que não me senti insegura. De lá, eu e marido fomos andando para o estádio do La Bombonera. Se você é preguiçoso, pegue um táxi. Mas se gosta de explorar bem a cidade, vá pedindo informação e caminhando! Foi assim que fizemos!

Ao redor do estádio, tudo tem as cores do Boca Juniors. E todas as lojinhas vendem souvenirs do clube mais amado da Argentina (e por Diego Maradona)! Como adooooro futebol, amei conhecer o estádio. E fiquei impressionada em como a torcida fica bem pertinho do gramado. A divisória é uma espécie de vidro, de altura mínima, que permite ao torcedor sentir ainda mais a emoção do futebol. Um detalhe: a entrada no estádio é paga. Gastamos cerca de 20 pesos cada um. Há a opção de uma visita guiada, que dura em torno de uma hora e custa mais, porém não vi necessidade!

La Bombonera

Outro passeio legal é pelo Bairro de San Telmo, famoso pelas lojinhas de antiguidades. Uma pena não termos pegado a Feirinha de San Telmo, que só acontece aos domingos. Pelo menos vimos um show de tango ao ar livre enquanto "bebericávamos" uma cervejinha.

Local onde está enterrada Eva Perón

O bairro da Recoleta também vale a pena conhecer. É um pouco mais afastado, mas bem charmoso e um dos mais caros e elegantes de Buenos Aires. Na Avenida Alvear estão as lojas de grife mais caras. No bairro está também o famoso Cemitério da Recoleta, com túmulos da aristocracia dos últimos séculos e ainda o de Eva Perón...Passamos por lá, é claro!

Gostoso também é passear pelo bairro de Palermo, talvez o maior de Buenos Aires. Bem verde e agradável, o bairro oferece uma grande variedade de lojas de arte, bares, boutiques, teatros independentes, lojas de antiguidades e ateliers.

Caminhar pela cidade, de uma maneira geral, é bem gostoso! Buenos Aires é um lugar convidativo para caminhadas. Se você cansar, pode optar por táxi (bem barato), metrô ou ônibus. E por falar em ônibus, eles são bem velhos, mas muito eficientes! Rodam por toda a cidade e não são demorados! Ah, não se esqueça de trocar moedas para andar em um. Não há cobradores, e a máquina de bilhete só aceita moedas!



Rodando por Buenos Aires

Um dos passeios mais legais, no entando, foi para o Uruguai. Uma cidadezinha linda chamada Colônia do Sacramento (Colonia Del Sacramento). Para chegar até lá, pegamos um transporte marítimo partindo de Buenos Aires, chamado BuqueBus (link aqui). É uma espécie de Ferry Boat chiquérrimo! Tem sala de jogos, poltronas reclináveis, serviço de bordo e até um Free Shop (a parte que eu mais gostei)!!! Luxo total!
Senão me engano, pagamos 130 pesos, cada um, pelo tícket. A viagem durou 3 horas, mas tinha tanta coisa para fazer na embarcação que eu nem notei. Saímos cedinho e voltamos no fim do dia!

Dentro do Buquebus

Pense numa cidadezinha MARA! É Colônia, uma antiga cidade portuguesa do século 18, com grande riqueza arquitetônica. Foi tombada pelo Patrimônio Histórico Da Humanidade, e de tão linda dá vontade de ficar pra sempre! As casinhas são lindas, a cidade respira romantismo e o ar bucólico acaba com o stress de qualquer um. Assim que chegamos na cidade, alugamos bicicletas. Coisa de 5 pesos por pessoa. Assim, ficou mais fácil conhecer Colônia!

De bike por Colônia

 De bike, foi possível percorrer toda a cidadezinha e até margear o rio de La Plata! Juro que eu fiquei enlouquecida com tanta beleza!

 

Antiga praça de touradas de Colônia

Na volta fomos presenteados com um lindo pôr-do-sol!

O sol se vai...e a viagem fica mais linda!

Fizemos também o passeio até a cidade de Tigre, ao norte de Buenos Aires. Para chegar até lá, pegamos um trem partindo do Terminal do Retiro, em B.A.

Bem simples e popular, tem passagens em torno de um peso somente! Na cidade, pegamos um catamarã para margear o Delta do Tigre. Vale muito a pena! O transporte nessa região, seja de passageiros ou serviços, é feito apenas de barco. Há escolas, casas de gente rica e pobre, posto de combustível, restaurantes... tudo às margens do rio.

Delta do Tigre

Na volta, optamos por viajar no "Tren de la Costa", um dos mais recomendados para os turistas. O trem segue por toda a costa do Rio de la Plata e é possível descer em cada uma das estações. Eu esperava que fosse uma viagem mais bonita, mas sinceramente não vi tanta diferença do outro trem. A não ser pelo estado do trem mesmo e pelas estações, que são mais bonitinhas e turísticas. E só!!! Ah, o preço também é diferente. No Tren de La Costa a passagem custa em torno de 20 pesos.

Estação por onde passa o Tren de La Costa

OBS: Antes que você me pergunte, sim, eu estava bem mais "cheinha" (para não dizer gordinha)!