Sei que estão todos ansiosos para saber se beijei Chang ou não. Mas meu chinês querido ainda continua trabalhando no cartão de memória. Acredito que com afinco, senão já teria me dado uma resposta. Continuo desesperada, claro. Mas esperançosa.
E por falar em desespero, fiquei pensando na situação das pessoas que moram em áreas atingidas pela forte chuva em Alagoas e Pernambuco. Essa noite eu fiquei 11 horas e meia (de 18hs às 05h30 da manhã) sem energia. E fiquei desesperada, imaginando as coisas que poderiam perder na geladeira, imaginando como seria se a luz demorasse ainda mais para chegar....Dormi muito mal. Certa hora eu levantava para ver se a luz tinha voltado. Aí lembrava do que ainda estava ligado na tomada. E tornava a levantar para desligar, como medo que queimasse, já que toda hora eu ouvia um estouro no transformador da rua...E foi assim até às cinco e meia da manhã.
Desespero que não é nada perto do que vivem as pessoas desses 2 estados. Me lembrei do período que morei em Alagoas. Fui trabalhar na TV Gazeta, afiliada da Globo. Cheguei em janeiro de 2004, num período de muita, muita chuva, quando teve a cheia do Rio São Francisco. E a primeira matéria que fiz foi sobre isso. A cheia do Rio. Logo no primeiro dia de trabalho viajei para a divisa com Sergipe, uma cidadezinha chamada Porto Real do Colégio. Lá sim encontrei muito desespero. Água até o telhado das casas. Gente chorando, gente desesperada, que tinha perdido uma vida inteira. Então corri para ver as fotos que tirei...
Abaixo, o cinegrafista Falcon Barros filmando uma das áreas alagadas...
Mais algumas fotos...
Para mostrar essas áreas inundadas pelo rio, tivemos a ajuda de um pescador, que nos levou num barquinho mínimo. Dava medo até de virar!
Depois disso, em outras situações, cobri mais algumas vezes transtornos causados pela chuva em cidades de Alagoas. Uma delas foi Feliz Deserto, também em Alagoas. Essa cidade ficou debaixo d'água, literalmente! As pessoas estavam sendo retiradas de casa com a ajuda de um trator. Então, eu o cinegrafista subimos no trator para mostrar o resgate daquelas famílias. Porém, quando chegou num certo ponto da cidade o trator parou. Era alguma pane no motor! E a gente lá em cima! Como não havia mais nenhum outro trator, ou forma de resgate, nossa única saída foi descer e enfrentar a água. Era uma água forte e suja (imagine a água de toda a cidade, rio, esgoto e chuva!!!). O medo era pisar em algum bueiro ou buraco...Andávamos como uma corrente: um segurando a mão do outro. Teve um ponto que a água chegou na altura do meu peito. Eu só pensava em todo tipo de doença que poderia pegar naquela água imunda!!!
Foi um dia difícil! Enfrentei frio e medo!!! Imagine então quem perdeu tudo, o que mais enfrentou???
É nessa hora que a gente percebe que nossos problemas não são nada diante do problema dessas pessoas!
Lugares que não conheço, pessoas que nunca vi, comidas que nunca provei.... sensações que nunca senti.... Cada dia é um novo aprendizado com uma nova peça encaixada na história de nossas vidas.... O caminho é este: a vida trilhada de um jeito que me faz feliz! Por Camila Marinho
O bom da vida é sair por aí...Descobrir o mundo, descobrir as pessoas e as coisas...Sentir, olhar, experimentar... viver o que é bom e saber diferenciar...ampliar os horizontes sem ter medo de ousar!!!!
Por Camila Marinho
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Um comentário:
Realmente desesperador... Quero doar algo para estas famílias que tudo perderam com as enchentes;
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