Taí um ditado antigo, mas que não perde força nunca!
Eu sempre achei o fim da picada criança birrenta. Do tipo que se joga no chão, faz "chilique", dá escândalo e pirraça até tirar alguém do sério. Quando via uma cena dessas, eu soltava logo:
- "Detesto criança birrenta. Meu filho não vai fazer isso nunca!"
No fundo, no fundo, sempre achei que os pais eram culpados por não impor limites e ainda dar muito dengo. E tudo o que eu sempre abominei, agora se volta contra mim. Mesmo sendo "
mãe bruxa", colocando de castigo, proibindo as coisas e impondo limites!!!
Nessas horas vejo minha mãe na minha frente dizendo:
-
"Tá vendo Cá? Pagou língua!"
Pior é que paguei mesmo! Alguém me explica que fase é essa, que até no castigo seu filho te desobedece e quer te desafiar? Eu, que era contra a palmadinha (e já até falei sobre meu drama
aqui), agora recorro a ela de vez em quando. Com a consciência pesada, é verdade, mas recorro! No entanto, palmadinha na bunda, de leve, só para assustar e mostrar que quem manda sou eu.
A verdade é que educar não é tarefa fácil! Não dá para ceder às vontades dos pequenos...
Capítulo à parte é a vergonha que a gente passa. Outro dia, no supermercado, Samuel estava no colo e esperneou porque eu não fiz a vontade dele. Ele me mordeu, gritou e se contorceu tanto que eu quase não fui capaz de segurá-lo. Ainda aprontou um choro escandaloso que atraiu todos os olhares. Eu não sabia onde me enfiar. Mas não cedi. Fingi que nada estava acontecendo e me fiz de cega, surda e muda (
com ele no colo gritando). A minha vontade era dar umas boas palmadas e enfiar um saco na minha cabeça, de tanta vergonha. Assim que saímos de lá conversei com ele numa boa. Expliquei que era feio, errado, blá, blá....
É claro que entrou num ouvido e saiu pelo outro. A cena voltou a se repetir em outro grande supermercado daqui. Ai que vontade de me esconder! Só quem é mãe (
e já passou por isso) pode me entender.. Fase "abençoada" (
pra não dizer outra palavra) viu???
Em casa as birras se repetem.
- "Samuel, vamos comer?"
- Nãoooooooo (chorando)
- Vamos filho?
- Nãooooooooooooo (chorando e batendo o pé)
- Ô filho, tá gostoso!
- Nãooooooooooooooooooo (chorando, batendo o pé e agora se jogando no chão)
- Tá bom, filho! Fica com fome.
- Qué, eu qué (traduzindo: quero, eu quero)
- Então vem...vem que mamãe dá!
- Qué não...qué não....Nãooooooo (continua o choro e o show)
- ??????????
E assim, com muita birra, esse diálogo se repete umas 2, 3 vezes.Até eu cansar e dizer
"chega, vai ficar com fome mesmo!". Deixo ele de lado, faço de conta que nem estou prestando atenção, e me faço de cega, surda e muda. E então, ele, no tempo dele, se arrepende e vem comer!
E sabe porque eu digo que é birra, e não falta de apetite? Porque ele não tem NENHUM problema para comer. Pelo contrário, é um monstrinho come-come, que traça o que vier! Como diria uma amiga, essa fase das birras deve ser uma fase
bipolar dos pequenos.
Além de saber fazer birra como ninguém, ele também sabe fazer manha. E tenta ganhar a gente com toda a sua esperteza. Basta eu colocá-lo de castigo para ele me chamar, abrir o braços e pedir:
- Abaço (abraço),
beso (beijo) (COM UM OLHAR DE CACHORRINHO ABANDONADO).
Depois, ainda solta um
"dicupa mamãe" com a maior cara lavada do mundo. Aceito os beijos, abraços e a desculpa. Mas ele continua de castigo para aprender a obedecer e a ter limites.
Alguém, por favor, me diga que esta fase é normal e, principalmente, passageira?
Pra encerrar bem, vídeo do meu "marrentinho" e sua moto...