O bom da vida é sair por aí...Descobrir o mundo, descobrir as pessoas e as coisas...Sentir, olhar, experimentar... viver o que é bom e saber diferenciar...ampliar os horizontes sem ter medo de ousar!!!!

Por Camila Marinho

23 de setembro de 2009

Do luxo ao (sentir-se) lixo...

QUEM PODE, PODE!

Enquanto uns tem nada, outros tem de sobra. Êta desigualdade!

Estava eu hoje fazendo uma reportagem sobre "segurança em prédios" quando, conversa vai, conversa vem, perguntei ao administrador de um prédio de luxo em Salvador o valor do condomínio.

- R$2.300,00 - disse ele.

Quase caí pra trás, mas fingi naturalidade e continuei a prosa. E ele emendou:

- R$2.300,00 mais taxa extra.

- Ah... dois e trezentos mais taxa extra? E quanto é a taxa extra?
- perguntei.

- 50 mil para cada morador.

- 50 mil???????????
(pena que aqui não dá para repetir minha cara de espanto)

- É... mas pode pagar de 5 vezes - disse ele

- Ah, pode pagar de 5 vezes... ou seja, 5 de 10 mil. E pra que serve essa taxa? - perguntei.

- Pra comprar o terreno ao lado. Dessa forma ninguém tem a vista da janela prejudicada. - respondeu o administrador.

Imediatamente me lembrei da taxa extra do meu condomínio. Foram meses tentando aprovar uma taxa de R$600,00 para ser paga em 10 vezes! Imagine só!!! Sessenta reais por mês para pintar o prédio, já desgastado pela ação do tempo. Enquanto outros desembolsam 10 mil por mês para não ter a vista prejudicada!!!

Comentei com o cinegrafista e demos risada. Meu companheiro de equipe ainda perguntou novamente o motivo da taxa de 10 vezes de R$60,00.

- Pra pintar o prédio - respondi quase sussurrando...

******

BATER OU NÃO BATER? EIS A QUESTÃO...

Apanhei na infância e não virei um monstro comedor de criancinha. Apanhei de tudo quanto é jeito. As "correiadas" eram os piores castigos. Mas aprendi. Claro que eu morria de ódio do que minha mãe fazia. Mas hoje acho que valeu a pena cada castigo aplicado.

Tudo bem que não penso em repetir as correiadas com Samuel. Mas uma palmadinha se faz necessária de vez em quando.

Ele agora está numa fase "abençoada" (para não dizer outra palavra)! Apesar de ter apenas dois dentinhos, já sabe o que é morder. Basta ser contrariado para se defender com a boca. Ou então dá uns tapas no nosso rosto quando brigamos por algo errado que tenha feito.

É claro que todas as vezes em que ele faz isso eu explico que não é correto, que mamãe briga, mamãe fica triste e chora... Sempre num tom bravo! Mas esse lance de dar um tapinha na mão para reprimir um ato "infrator" sempre me incomodou.

Pensava: ele está fazendo algo errado. Eu digo não e dou um tapa. Porque eu posso repreendê-lo desta forma e ele, quando contrariado, não pode? Na cabeça dele é um tapa. Não importa se parte dele ou de mim. Sou a mãe dele, mas o bichinho ainda é muito pequeno para entender essa relação de superioridade (viu como é complexo???).

Mesmo no dilema continuei com os tapinhas.

Mas no último domingo o fantástico exibiu uma reportagem sobre as palmadinhas. Uma pesquisa feita por seis universidades americanas chegou a algumas das conclusões abaixo:

Com a ajuda de testes de comportamento, os pesquisadores descobriram que bebês que apanham com um ano de idade, ficam mais agressivos quando chegam aos 2 anos.

“O simples fato de um dia você ter dado uma palmada nele, na cabecinha dele formou-se uma questão lógica, ‘se a minha mãe, a quem eu amo muito pode bater, eu também posso bater’”, explica o psicólogo Jorge Rocha.

E tem mais: testes de inteligência mostraram que os bebês que apanharam com um e dois anos, apresentaram dificuldades de aprendizado aos três anos.

Jorge Rocha continua explicando: “Isso traz consequências não só no processo da construção da inteligência, do processo cognitivo, mas em vários aspectos do desenvolvimento da criança. Até com relação à sua autoestima. Na verdade ela se sente degradada, se sente com menos valia, se sente temerosa, porque na verdade ela não está sendo ensinada com relação a nada. Na verdade, ela acaba não fazendo determinadas coisas por medo”.

O estudo concluiu também que punições verbais como broncas e sermões não causaram nenhum efeito negativo no desenvolvimento das crianças.

Pronto! Bastou eu assistir a esta reportagem para me sentir a pior das espécies! Tudo o que eu pensava, quando comecei com os tapinhas, faz sentido de acordo com a tal pesquisa. Se eu bato, ele também se sente no direito de bater.

Surtei! Parei de dar os tapinhas. Mas marido, que trabalha com crianças, chegou em casa hoje dizendo que uma professora da escola acha que tem que dar palmadinhas sim, que esse lance de apenas punição verbal não existe.

Fala se não é para enlouquecer??

E vocês, queridos leitores que visitam o blog, já passaram por isso? O que fazem? Como reagem? O que pensam???

Pra tentar me redimir, segue um vídeo do meu artilheiro preferido (já era hora de ter um novo vídeo de Bebeco aqui né??)

9 comentários:

Adriana disse...

Primeiramente fiquei besta com esse condomínio. Põe luxo nisso hein? enquanto isso aqui na beira do Guaíba (Porto Alegre) crianças andam de pés descalços e de camiseta (no frio) porque perderam tudo nas cheias...

Quanto ao bater, confesso que já dei palmadinhas na Giu, mas depois ví que não tinha um sentido lógico. Como eu posso ensinar ela a não bater (na mamãe, no papai, nos coleguinhas) se a mamãe dá tapas? então agora me seguro, conto até mil, converso, dou sermão....mas os tapinhas deixei de lado, por enquanto!

bjs

Nathália Martins disse...

Confesso que esse assunto também tem me preocupado. Essa matéria do fantástico tb me fez sentir muito má. Já havíamos (eu e o pai) com a pedagoga da escolinha da Ana, e a explicação não foi muito diferente da matéria não. Isso nos fez repensar e não batemos mais. Te digo que é difícil, mas aos poucos a Ana está começando a entender e obedecer quando chamamos a atenção.
E o vídeo do Bebeco tá o máximo.
Bjs***

Juliana disse...

Menina!!!É muito dinheiro pra pobre da minhacabeça entender...como pode????????? Passando o susto..rsrsrs..respira..kkkk
Eu já dei um tapa no bumbum de Clara porque ela tava com a mania de bater na minha cara, e não tem paciência que aguente! Dei e agora ela não faz mais. Não me arrependo e me desculpem os psicólogos e afins, mas tenho certeza que ela não vai me achar um monstro por causa disso! Ela aprendeu que não pode fazer tal coisa.
Acho que existem bebês mais calmos e outros mais agitados como é a CLara e que o "não" muitas vezes não basta. Ela sabe oque é não, mas as vezes insiste em testar meu limite..rsrsrss
E haja paciência!!!kkk
Beijocassssss
Ju e cLara

Lílian disse...

Oi Camila,
O Gu levantou a mão para mim quando tinha mais de 2 anos. Na hora segurei e falei que a mamãe não fazia isto então ele tb não devia fazer. Acho que ele tentou mais umas duas vezes e repeti a instrução. Nunca mais ele agiu assim. Porém ele é uma criança muito calma e acata as "chamadas", gosta de ajudar e respeita muitos as regras. Vamos ver como será a Clara (mas bater não vou!) Concordo totalmente em não bater. "Por que a mamãe pode se eu não posso?" (sempre lembro deste possível pensamento dos pequenos). Seu filho está uma graça! Abs

Anônimo disse...

Acho que não tenho nenhum direito de opinar, pois você já acabou comuigo. Se eu bati não me arrependo, pois em nada deixou vocês com sequela. A gente fala, fala e nada. As vezes somos motivos de risos. Mas pensa bem você hoje tem um filho (talvez você ache mais fácil aplicar este metodo) eu ao contrário tive 4 (um seguido de outro) então temos de saber o que fazer para não arrenpendermos. Acho que Deus nos dá sabedoria. Não podemos recriminar quando fazemos no sentido do bom caminho, no bom entendimento. Só digo uma coisa: não é nada fácil educarmos. Hoje em dia é mais complicado. Mas Deus vai iluminar você e Marcones para que façam o melhor. Amo muito vocês.Beijos e em especial no meu netinho. Vovó Valéria

Favuca disse...

Bom, eu ainda não tenho filhos (estou acompanhando seu blog pra ver se dou conta), mas tenho um sobrinho esperto demais pro meu gosto e que vive aqui em casa bagunçando junto com minha mãe. A questão é a seguinte: a vó entra totalmente na brincadeira e não reprime o guri que é pra não prejudicar a criatividade e o desenvolvimento da criança. Mas tem horas que ela perde o controle da situação e ele o mínimo de respeito com os mais velhos. Aí minha mãe pede a ajuda de algum "adulto"(alguém que não tenha entrado tanto no mundo da fantasia do guri, como eu meu pai, por exemplo). Nessa hora, basta eu chegar de cara fechada, dar a palavra de ordem, que o moleque aquieta e, dependendo da minha cara, até arruma a bagunça. Aqui resolvemos assim, sem tapas (hoje né? porque na minha infância levei umas palminhas. Não fiquei agressiva nem nada. Apenas não cresci. Mas isso é "bem" de família rsrsrsrs). Ajudou ou piorou?

Unknown disse...

Camila,

Tudo bem por aí?

Também vimos a reportagem do fantástico e achamos excelente quando mencionaram que o bebê (cça pequena) não entende se a mãe que ele ama pode lhe bater, pq ele não poderá.

Aqui em casa somos totalmente contra tapas, palmadas e etc. E somos desde que estávamos grávidos. Nunca dei um tapa na Bia, apenas falei com firmeza. Eu acho que uma cça da idade de nossos filhos realmente não compreende as palmadas e pode sair fazendo o mesmo simplesmente pela imitação.

Sei que não é fácil ter paciência sempre, mas acreditamos que a conversa, a repreensão com firmeza é ainda o melhor caminho.

Beijos para vocês e um beijo especial no meu genrinho lindo e sapeca. Será que vem aí o SAM FENÔMENO? Beijos
Pri e Bia

Suzana disse...

Menina, que condominio é esse??? Desigualdade demais no Brasil!!
Sobre o tapinha eu tb vi no fantastico e acredito que é um exagero!! Claro nao é sair dando um tapinha na criança o tempo todo , por qualquer motivo tb nao! O Henrique tem 2anos e meio e so começou levar tapinhas com 2(em ultimo caso),e ele é uma criança quemto carinhosa, obediente, eu prefiro castiga-lo a bater, mas tem hora que ele testa minha paciencia, ai nao da , nem conversa nao adianta!Nao acredito que isso faça a criança ser mais agressiva o que acontece é que se vc bate e nao explica o motivo do tapa ela vai compreender que td que é contrariado pode se bater.
Como dizer NAO pra tudo e nao explicar ...criança é assim, tudo tem que ser explicado. Vc tem como exemplo vc, vc nao se tornou uma pessoa agressiva!Pra mim , vai da educaçao que a gente da durante o decorrer da vida e nao no começo da vida!Apesar de nao ser contra o tapinha, acredito mais na repreensao verbal...Mas nao se preocupe, como sua mae disse, Deus vai iluminar voces na melhor maneira de se educar!
Um beijo nesse fofo!!!

Ilana disse...

Olá Camila,

Minha opinião de educação é sempre a seguinte: na dúvida, faça o que seus pais fizeram com vc! O exemplo vivo é o que vc se tornou e seus irmãos! Eu tenho um bebê de 12 meses e meio e também fico apreensiva com isso, mas eu e meu marido (que é psicólogo) já decidimos que não iremos bater na pequena. Apesar de termos apanhado e muito na infância! Eu detestava quando minha mãe me batia e achava totalmente desnecessário, ela poderia ter conversado em muitas situações. Mas é como sua mãe relatou, minha mãe teve 5 filhos e eu sou a caçula. Ela já não tinha mais paciência com os menores. É totalmente compreensivo! Por essa e tantas outras razões não vou dar sequer uma palmadinha em minha filha. Sei que essa atitude vai me dar um trabalho imenso, mas o que preciso dar a ela são LIMITES e não ensinar a resolver as questões com violência.
Adoro seu blog e pego dicas muito legais acompanhando o crescimento do seu bebê. Parabéns!