Há certas coisas que só mesmo sendo mãe, principalmente de primeira viagem...
* Logo que o bebê nasce, a gente tem medo de tudo: dele estar com alguma doença, de um espirro com som diferente, de uma gofada maior, do mosquitinho da dengue, e até dos exames de rotina. A cada exame que Samuel fazia, como exemplo o básico do pezinho, eu tinha medo de abrir e ver o resultado...E o do ouvidinho, 3 dias depois de nascido??? Que neura....A médica só conseguiu constatar a boa audição de um ouvido. A do outro, por falta de sorte, ela não conseguiu e remarcou o exame. Foi tudo para me deixar de cabelo em pé! No final das contas Samuel ouvia até um sussurro!
* Outro grande medo é o do engasgo. Samuel nasceu bem numa época em que, coincidentemente, os jornais noticiavam casos de crianças salvas por bombeiros depois de engasgar com o leite. Aquilo me impressionou. Foi então que com alguns dias de vida cismei que Samuel tinha engasgado com o leite. Virei o menino, dei um tapinha nas costas (conforme aprendi com as reportagens da época), mas continuei achando que ele não estava bem. Ainda por cima enxerguei o menino roxo. Gritei desesperada. Chamei marido e mãe.
- "Samuel não tá respirando! Tá roxo!!! - eu dizia. Marido ainda deu mais uns tapinhas nas costas. Minha mãe é que teve a sensatez de perceber que ele estava sim respirando. E só estava mais vermelho, e não roxo, porque o colocamos de costas e ainda demos uns "tapinhas"...
* Na primeira semana choramos por nada. Olhamos para o bebê e choramos. Pensamos na vida e choramos. Acho que os hormônios estão tão malucos que ficamos louca. E olha que eu não perdi a sensatez. Mas chorei. De felicidade, de medo, de incerteza... Passa cada coisa na cabeça: e se um dia ele precisar de algum tratamento e eu não puder pagar? E se eu perder o emprego? Como vou sustentá-lo? E se??? E se????
* Passamos a ouvir choro de criança até mesmo quando não existe choro.
* Depois dos filhos passamos a ter hora para tudo. Principalmente para voltar para casa. Nada de passear no shopping, olhar vitrine ou ficar horas decidindo o que levar no supermercado...Nos primeiros meses, o lance é fazer o que tem que ser feito e voar para casa. Quando Samuel ainda não tinha completado dois meses eu larguei a fila das Lojas Americanas, com tudo o que eu tinha nas mãos, para sair voando para casa. Bastou eu ouvir um choro do outro lado da linha para não pensar duas vezes. E olha que eu estava nas L.A para comprar sutiã amamentação e calcinha pós-parto.
* Por falar em pós-parto, perdemos um pouco a vaidade. Não adianta negar! Só mesmo a mulher do Kaká para fazer uma foto parecendo modelo momentos depois de parir. Não viu? Então relembre
aqui. Duvido que entre quatro paredes ela não tenha usado cinta, sutiã amamentação e calçolão na frente do marido... Eu usei. E ainda por cima andava pela casa com as abas do sutiã amamentação abertas para não grudar no bico do peito. Uma cena "brochante" de se ver!
* Quando o assunto é amamentação, esquecemos que abrimos a roupa para oferecer o peito ao bebê. Certa vez me peguei na escada do prédio com o sutiã pra fora do vestido. Por pouco não me viram de sutiã. A gente esquece mesmo...normal!
* Sonhar com o bebê caindo da cama ou dos braços, e até mesmo se asfixiando é coisa frequente! Quantas vezes acordei assustada achando que Samuel tinha caído dos meus brraços enquanto eu o amamentava??? O lance é que ficamos tão cansadas que acabamos cochilando mesmo enquanto o neném mama. E como existe o risco da mãe asfixiar o bebê em situações como esta, já viu né?? O medo inconsciente está instalado!
* Depois que a gente se torna mãe, fazer as coisas com uma mão só é a coisa mais normal do mundo!!! Afinal de contas, seguramos o bebê de um lado. E do outro fazemos o resto: comemos, preparamos uma mamadeira, seguramos as compras, empurramos o carrinho, arrumamos a mochila do bebê e por aí vai...
* No início quase morremos de dor nos braços para segurar o bebê. Mas basta pouco para se acostumar...
* E nem adianta negar ou querer comparar: mãe é mãe, pai é pai! Mesmo com o bico do seio rachado, com as trocas de fraldas no meio da madrugada, com o sono instalado, sabemos ser coerentes e, muitas vezes usar nosso instinto: o instinto de mãe!
* E além de tudo isso, babamos, babamos, babamos pelas nossas crias.
Posso babar um poquinho??? Veja aí...